Quando conduzimos um veículo novo, tudo é ajustado, sem ruídos, tudo muito estável. Comentamos que todos os componentes estão “zero quilômetro” e o seu funcionamento ocorre de maneira perfeita. Na medida que o ciclo de vida do veículo aumenta, os desgastes começam a surgir em todos os componentes.

 

Alguns deles são substituídos em manutenções preventivas ou de quilometragem, outros em função do tempo – as periódicas. Mas quando ocorre a quebra, realizamos a troca na manutenção corretiva. É uma questão cultural de manutenção que, por desconhecimento ou intenção de economizar, podemos colocar em risco a segurança do veículo.

 

 A interdependência que os sistemas de direção e suspensão possuem nos veículos é tanta que qualquer aspecto que afete um dos componentes tem relação direta com outros. Um desses exemplos é o braço de suspensão. Tendo como função primária conectar o chassi ou carroceria do veículo com a roda, o braço é o que permite o movimento vertical da roda ao mesmo tempo em que mantém a estabilidade do veículo.

 

Por isso, quando o braço de suspensão não está nas melhores condições, é natural que o motorista perceba barulhos e instabilidade ao dirigir. Na prática, é como se o condutor tivesse a sensação de que precisa constantemente corrigir a trajetória do veículo. Essa situação geralmente é provocada por folgas consequentes de desgastes, desalinhamentos ou danos, frequentemente ocasionados por colisões.

 

Vamos esmiuçar um pouco mais sobre os sinais de que o problema pode ser no braço de suspensão:

 

1. Instabilidade na direção

O desgaste no braço de suspensão dá ao condutor a sensação de que o carro está puxando para um lado ou para o outro, especialmente nas frenagens ou nas curvas. É a típica característica que compromete a estabilidade do veículo e abala o motorista ao dirigir, pois não se sente no controle.

 

As buchas que equipam os braços podem ser vulcanizadas (borrracha) ou articuladas (aço deslizante) e são fundamentais nos quesitos conforto e performance.

 

2. Desalinhamento da Geometria do Veículo

 

Dirigir com o braço de suspensão danificado também pode provocar o desalinhamento das rodas e o consequente desgaste irregular e prematuro dos pneus. Além de ser nada econômico, também afeta a confiança do motorista, levando a uma direção insegura e pouco responsiva.

 

É importante observar quando o veículo passa por algum buraco de maior diâmetro e profundidade se alguma roda não ficou danificada. Se houve o dano na roda, provavelmente aconteceu alguma sobrecarga em outro componente, como por exemplo, os rolamentos de roda. Fique atento!

 

3. Conforto prejudicado

 

Como o braço responde pelo movimento de sobe e desce do veículo, é natural que qualquer interferência prejudique toda a suspensão, transmitindo as vibrações e impactos da estrada diretamente à carroceria. Como resultado, condutor e passageiros percebem o desconforto, com solavancos que prejudicam o passeio.

 

4. Faça as revisões

 

Como qualquer componente, o braço de suspensão deve ser revisado constantemente, de forma a mantê-lo sempre em dia. No geral, o componente precisa ser avaliado a cada manutenção indicada pelo fabricante. No entanto, tudo depende do uso e das condições de trafegabilidade. É bem possível que se o motorista dirige em estradas esburacadas ou com muitos impactos, o braço se desgaste em menor tempo, sendo necessário a substituição a cada 50 mil a 100 mil quilômetros.

 

5. Cheque os pivôs

 

Alguns braços de suspensão vêm com os pivôs insertados. Cheque se estão em boas condições e substitua se necessário. Seja os pivôs de suspensão ou os próprios braços. Lembre-se que para os braços ou bandejas de suspensão, vale a mesma regra que estamos sempre comentando: o componente deve ser substituído aos pares, de forma a não causar um desequilíbrio entre os dois lados do veículo.

 

6. Substitua as buchas

 

As buchas reduzem o atrito entre as partes móveis da suspensão. Na hora da troca, ao primeiro desgaste ou dano, substitua todo o conjunto imediatamente, evitando danos maiores. Ainda que o braço apresente boas condições, buchas com borracha deteriorada, contaminada, rachada ou rasgada não atuam corretamente, sendo um risco à segurança do veículo. Substitua as buchas dos dois lados, ainda que o desgaste seja evidente em apenas um lado. Sob o risco de o seu cliente, em pouco espaço de tempo, voltar reclamando do mesmo barulho.

 

Realize o aperto da suspensão sempre com o veículo apoiado no solo e na condição de marcha. Nunca reaperte o sistema de suspensão com o veículo suspenso.

 

7. Verifique as molas

 

A mola suporta todo o peso do veículo e com o tempo, sofre a fadiga do aço. Os desgastes ou danos podem levar a problemas de estabilidade do veículo, direção imprecisa e redução do conforto.

 

8. Realize periodicamente o alinhamento e balanceamento

 

Você já sabe: mexeu na suspensão ou na direção, é preciso corrigir o alinhamento do veículo, ajustando os ângulos das rodas e o balanceamento, para garantir que pneus e rodas tenham pesos distribuídos regularmente. Assim o veículo é dirigido corretamente, com uma condução suave e desgaste uniforme dos pneus.

 

Se você quiser saber mais sobre os componentes de suspensão, leia as matérias sobre a substituição dos pivôs:

https://www.viemar.com/blog/voce-mecanico/pivos-de-suspensao-saiba-por-que-se-deve-substitui-los-em-pares

https://www.viemar.com/blog/voce-mecanico/pivo-de-suspensao-o-que-e-como-funciona-e-como-avaliar-a-sua-influencia-na-cambagem-da-roda-e-desgaste-dos-pneus

https://www.viemar.com/blog/voce-mecanico/pivo-sobremedida-descubra-o-que-e-e-como-ele-pode-aumentar-a-vida-util-da-bandeja-de-suspensao-do-veiculo