Você já parou para pensar que de todo o diâmetro externo do pneu, contamos apenas com uma pequena área retangular que é o ponto de apoio de cada um dos quatro pneus no solo?

 

Certamente um dos componentes mais importantes do veículo, os pneus são um verdadeiro mundo à parte na indústria automotiva. Com tantas matérias-primas, especificações, usos e informações acerca de cada pneu, o motorista cuidadoso precisa saber não só o momento de realizar a troca como identificar os cuidados necessários para que os pneus se tornem verdadeiros aliados na segurança do veículo.

 

E se pensarmos que estamos em época de férias, então, a atenção deve ser redobrada. São muitos quilômetros rodados, carro com carga, possibilidades de terrenos diferentes, pista com água, entre outras variáveis que podem impactar a sua viagem.

 

O que todo motorista precisa saber

 

Para começar, é preciso entender que pneu não é tudo igual. Há diferentes tipos que variam conforme o veículo, naturalmente, mas também conforme os hábitos de consumo. A indústria de pneumáticos investe constantemente em matérias-primas e ligas de borracha especiais que chegam a considerar as condições climáticas e o sistema viário de cada país. São informações que constam na ENCE do produto ( INMETRO), permitindo a escolha correta do consumidor.

 

Por isso é tão importante evitar a sobrecarga e buscar a manutenção periódica dos pneus, o que vai retornar em segurança, rendimento e economia de combustível. Isso, sem contar a importância dos pneus para todo o sistema de suspensão e direção.

 

Índice de segurança - TWI

 

No geral o bom mecânico ou mesmo o motorista mais experiente sabe quando os pneus precisam ser substituídos. Para facilitar essa tarefa, os fabricantes colocam ressaltos na base dos sulcos, informando o índice de segurança - TWI. O desgaste máximo é de 1,6 mm de profundidade dos sulcos. Assim, basta uma olhada para verificar se os seus pneus já estão ficando “carecas”.

 

O perigo de circular com os pneus que ultrapassam o limite de segurança é tanto que a resolução do Contran 55/80 considera ilegal e o veículo pode até ser apreendido.

 

Os pneus desgastados provocam vários problemas, como aumento da propensão de derrapagens laterais e maior espaço de frenagem, até mesmo em pista seca; causam grande instabilidade em pistas molhadas, porque diminuem a drenagem; e têm aumentado o risco de furos e cortes na banda de rodagem.

 

Suspensão e muito mais

 

Assim como os pneus estão inter-relacionados com a suspensão, afetando o bom desempenho, também problemas na suspensão podem ocasionar um desgaste prematuro nos pneus. Lembre-se que o veículo é um sistema e, como tal, todas as partes se relacionam. Fique sempre de olho em amortecedores, molas, freios, rolamentos, eixos e rodas para garantir uma melhor durabilidade e segurança, pois os pneus devem permanecer sempre em contato com o solo, garantindo a estabilidade.

 

Calibração

 

Outro cuidado é o de manter os pneus sempre calibrados na pressão indicada pelo fabricante. Ainda que os pneus com baixa pressão provoquem mais problemas, andar acima do indicado também não é recomendado. Confira:

 

Baixa pressão

Acelera o desgaste geral do pneu, pois ele acaba trabalhando em temperatura mais elevada;

 

Causa um desgaste maior nos ombros, que ficam em maior contato com a pista. O ombro do pneu é aquela área que vai da extremidade da banda de rodagem até a lateral, sendo responsável por aguentar a transferência de peso no momento das curvas;

 

Provoca maior gasto de combustível, pois ele resiste ao rolamento;

 

Perda de estabilidade nas curvas;

 

Direção fica mais pesada e o motorista perde o manejo ao dirigir;

 

Sobrecarrega os terminais de direção, que sofrem desgaste prematuro.

 

Alto risco de detalonamento do pneu – escapar do posicionamento na roda.

 

Alta pressão

Perda de estabilidade nas curvas, pela menor superfície de contato com o solo;

 

Maior desgaste no centro de rodagem, pelo maior apoio nesta área.

 

Rodízio de pneus

A prática do rodízio de pneus é recomendada pelos fabricantes, desde que os pneus ainda estejam em condições de rodar, seja na traseira ou na dianteira. O rodízio compensa a diferença de desgaste, fazendo com que o componente dure mais e com eficiência.

 

O indicado é que os pneus radiais sejam mudados a cada 5 mil quilômetros e, os diagonais, a cada 10 mil quilômetros.

 

Alinhamento de direção

O alinhamento de direção deve ser feito após qualquer impacto na suspensão, troca de pneus, desgastes irregulares, quando o carro estiver puxando para um lado e sempre que forem substituídos quaisquer componentes da suspensão e direção. Em nada disso acontecendo, faça a cada 10 mil quilômetros. A falta de alinhamento deixa o veículo instável e inseguro.

 

Balanceamento

As rodas desbalanceadas provocam desconforto ao dirigir, perda de tração e de estabilidade e desgastes prematuros. Por isso, deve ser feito também a cada 10 mil quilômetros ou sempre que surgirem vibrações, conserto ou troca de pneus.

 

Qual pneu escolher

Para saber qual o tipo de pneu que você precisa na hora da reposição, eles já vêm de fábrica identificados.

 

Sabe aqueles números e letras na lateral do pneu que no geral não sabemos interpretar? Pois ali estão inscritas todas informações sobre o pneu que roda no seu carro e que você precisa ter em mãos para orçar um pneu novo. Você pode pensar que é só dizer o modelo do veículo, mas não. Muitas vezes essa informação é insuficiente. Então, vamos aprender!

 

Os dados informam a origem do pneu (data de fabricação, tipo de pneu, nome do fabricante, entre outros). Tomemos como exemplo para saber orçar seu pneu a seguinte inscrição: P 225/55 R 17 97 W. A letra P significa que é um pneu de passeio (passenger car); o primeiro número, 225, significa a largura do pneu em milímetros e o número após a barra, a série ou a relação em porcentagem entre a largura e altura da parede (55% da largura, neste caso); R significa radial; o número seguinte, aqui o 17, é o diâmetro exterior da roda em polegadas; o último, é o índice de carga que o pneu pode suportar (o índice 97 suporta uma carga de até 730 quilos em cada pneu) e, o W, que ele está garantido até a velocidade de 270km/h.

 

Podemos escolher os pneus quanto ao tipo de desenho: assimétrico, simétrico ou direcional.

 

Pneu Simétrico

Apresenta o mesmo desenho nos dois lados da banda de rodagem. Pode ser montado de qualquer lado.

 

Pneu Assimétrico

Apresenta desenhos distintos para o lado interno e externo do pneu. Deve ser montado respeitando lado externo e lado interno.

 

Pneu Direcional

O pneu direcional é um modelo mais fácil de ser identificado, já que seu desenho possui o formato de “V”, que indica o sentido de rotação para facilitar a montagem do pneu do carro.

 

Desde 2018, os pneus comercializados no Brasil vêm de fábrica com a Etiqueta Nacional de Conservação de Energia - ENCE. Nesta etiqueta, constam os dados de avaliação de três critérios: resistência ao rolamento (diretamente ligada ao consumo de combustível), aderência em piso molhada (indicador de desempenho do pneu em piso molhada) e ruído externo (nível de ruído externo provocado pelos pneus). Todo pneu novo radial deve vir com essa etiqueta quando for para veículos de passeio, comerciais leves, caminhões e ônibus. Na hora da compra, confira essas informações.

 

Pneus x solo

Também é importante destacar que há pneus para todos os tipos de solo:

 

Pneu para asfalto

Chamados de pneus lisos, HT (highway terrain) ou até mesmo convencionais, esse modelo é um dos mais tradicionais para veículos de passeio. Os sulcos menores têm um desenho que facilita a passagem de água em dias chuvosos, ajudando a controlar o veículo sobre o asfalto e evitando a aquaplanagem.

 

Pneu para estradas de chão

Totalmente oposto ao modelo anterior, o pneu para estrada de chão permite desbravar os terrenos mais acidentados, com lama, pedras soltas e outros desafios do trajeto. Conhecidos como mud terrain (MT) ou off-road, esse modelo é mais borrachudo e resistente.

 

Essa característica é fundamental para que o veículo consiga superar os obstáculos de estradas de chão, trilhas e outros terrenos. Além disso, os pneus off-road contam com banda de rodagem maior, laterais reforçadas e sulcos mais largos.

 

Por conta disso, funcionam bem para aquilo que se propõem, no entanto, não devem ser usados no asfalto pois aderem pouco ao solo e consomem muito combustível.

 

Pneu para asfalto e terra

O pneu misto está no meio do caminho entre o off-road e o pneu para asfalto. Esse tipo de pneu consegue trafegar bem entre os diferentes solos e é ideal para quem precisa usar seu veículo trocando de terreno na cidade e no campo.

 

Esse fator faz com que sejam conhecidos como pneus all terrain (AT), pois funcionam muito bem para quem precisa trocar de terreno ao longo de um mesmo trajeto.

 

Agora que você sabe muito mais sobre pneus, basta reconhecer a importância deles para o seu veículo. Tomando os cuidados necessários, fazendo a troca na hora certa e checando os sistemas de suspensão, direção e freios, você vai poder viajar de férias tranquilo e seguro.

 

Fontes: Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (ANIP), FVA e GP Pneus.